terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Meu parara

Engraçado quando me pego aqui, quando o que eu mais queria era estar lá.. É estranho ver algo que era tão gostoso ter se tornado qualquer, um especial que de especial não tinha nada, era apenas novo. Lembro das conversas despreucupadas, das risadas e confidencias trocadas, cada toque, beijo, abraço, era tudo muito novo intenso.. Lembro-me do dia em que estavamos na minha casa da praia, já faz tempo, Cambury não tem mais aquele ar (estragaram nossa estrada de terra que percorriamos um kilometro conversando e rindo, asfaltaram nossos sonhos de barro), você não tem mais aquele cheiro, lembro-me constantemente das brincadeiras, você me pegando no colo e me jogando na piscina de uma forma com a qual eu queria, como marido e mulher você me carregando com o maior cuidado do mundo, era sua joia rara e você meu principe encantado. Eu fingia que não queria e você fingindo que era uma brincadeira, não aguentava e se jogava junto, eramos apenas nós dois dentro da agua abraçados como se aquele fosse o ultimo abraço que poderiamos nos dar, mal sabiamos que seria um dos ultimos, um dos ultimos com emoção, carinho e com aquele misto de sentimentos que tomava conta de nosso corpo de uma maneira com a qual não sabiamos agir.. Pareciam duas crianças, um homem formado de 35 anos e uma mulher de 25 sentindo como se fosse a primeira vez,( talvez não fosse realmente primeira, mas definitivamente era a mais intensa que ja haviam sentido) milhares de borboletas se mechendo como um vulcão em erupção dentro de nossas barrigas, a intensidade era tão grande que talvez seria capaz de nos causar naúseas e perda dos sentidos, as bocas que gaguejavam de uma maneira que pareciamos estar sobre os fortes efeitos de um ecstasy novo, talvez um importado de um pais europeu no qual os úsuarios são muito fortes ao efeito da droga. Ecstasy era esse o sentimento, um frenezi incontrolavel.... Uma força descomunal, como se os nossos corpos que possuem uma gravidade quase que nula fisicamente falando se tornassem gigantes como o sol, e um atraia o outro como imãs, e o calor, ahh o calor que sentiamos, a piscina parecia borbulhar diante de tanta paixão.. E o medo? Como esse medo nos feria, era o medo de machucar, magoar, perder, medo de entender uma frase errada (como se a gente não se entendesse com apenas um olhar), medo de aparecer alguem mais bonito, simpatico, inteligente e rico..... Mal sabia você que era o homem de minha vida e que meu sonho era uma casinha de sapê ali mesmo, na beira da praia com nossos filhos correndo, sonhei um dia casar com você, sonhei com a praia enfeitada, com o véu e a grinalda, com as daminhas de honra, a festa intima para poucos convidados e linda, deslubrante, diriam os convidados que era o casamento mais lindo da história, o som de fundo acustico o violão o mar as flores brancas, todos os convidados com o pé na areia, a fogueira, o amor.....ah o amor, aquele que nunca existiu, apenas em nossas mentes.... Já diria o Cazuza o nosso amor a gente inventa pra se distrair e quando acaba a gente lembra que ele nunca existiu, dificil lembrar, estranho lembrar, tudo isso parece apenas um sonho, um causo de minha mente insana e hoje vejo, dia 27/12/2011.... Meu aniversário, tenho agora oficialmente 20 anos isso nunca existiu, você nunca existiu, esses sentimentos sim, com outras pessoas, em outros lugares, Cambury existiu mas a muito tempo atrás, tem anos que não vou lá, ta tudo muito estranho, tudo muito viajado.... Eu to bem, to sorrindo, um sonho gostoso que me fez rir, que me fez lembrar que ainda tenho um coração.

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